ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 03.01.1994.

 


Aos três dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e noventa e quatro reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Primeira Sessão Extraordinária da Terceira Sessão Legislativa Extraordinária da Décima Primeira Legislatura. Às quinze horas e quarenta e oito minutos, foi realizada a chamada, sendo respondia pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Divo do Canto, Eliseu Santos, Eloi Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Wilton Araújo, Pedro Ruas, Letícia Arruda, Jacão Machado, Darci Campani, João Pirulito, Mariza Abreu e Lauro Hagemann. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Do EXPEDIENTE constaram os Ofícios nºs 812, 815, 816 e 817/93, do Senhor Prefeito Municipal. Às quinze horas e cinqüenta e dois minutos, o Senhor Presidente informou que a presente Sessão Extraordinária visava a eleição para os cargos de Presidente, 1º Vice-Presidente, 1º Secretário e 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, declarando suspensos os trabalhos para que sejam apresentadas inscrições para os referidos cargos. Às dezesseis horas, constatada a existência de “quorum”, foram reabertos os trabalhos. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou o recebimento de Requerimentos dos Vereadores Jocelin Azambuja, Líder do PTB, Fernando Zachia, Líder do PMDB, Nereu D’Ávila, Líder do PDT, e Luiz Negrinho, Líder do PP, solicitando, respectivamente, as inscrições dos nomes do Vereador Luiz Braz, para o cargo de Presidente, do Vereador Airto Ferronato, para o cargo de 1º Vice-Presidente, do Vereador Wilton Araújo, para o cargo de 1º Secretário, e do Vereador Luiz Negrinho, para o cargo de 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, o Vereador João Motta formulou Questão de Ordem acerca do critério a ser adotado quanto à manifestação de Bancadas sobre a eleição em andamento. Após, o Senhor Presidente questionou as Lideranças acerca do assunto, tendo os Vereadores Nereu D’Ávila, Jocelin Azambuja, Luiz Negrinho, Antonio Hohlfeldt, João Dib, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, João Verle e Fernando Zachia manifestado-se a favor do encaminhamento da eleição para os cargos vagos da Mesa Diretora. Face a essas manifestações, o Senhor Presidente informou que haveria um único encaminhamento por Bancada, pelo prazo de cinco minutos, concedendo a palavra aos Senhores Vereadores. O Vereador Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PPS, comentou eleição anteriormente efetuada na Casa, quando foi excluída da Mesa Diretora a Bancada do PDT, fato hoje repetido com relação à Bancada do PT. Criticou a forma como foi formada a nova Mesa Diretora para mil novecentos e noventa e quatro, declarando que optará pela Abstenção nas votações referentes à eleição da mesma. O Vereador João Verle, em nome da Bancada do PT, registrou que sua Bancada optará pela Abstenção na votação a ser realizada hoje, referente a cargos vagos na Mesa Diretora da Casa. Esclareceu os motivos de tal posicionamento, propugnando por um maior nível de democracia e pela observância do pluripartidarismo no preenchimento dos cargos em questão. Finalizando, destacou que o PT apresentará emendas ao Regimento Interno, visando garantir esse pluripartidarismo. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPR, contraditou os pronunciamentos efetuados na Casa, acerca das eleições para a Mesa Diretora, declarando ser pluripartidária a proposta a respeito hoje encaminhada por diversas Bancadas, tendo em vista que os seis cargos existentes são integrados por representantes de cinco partidos políticos. Ainda, ressaltou contar a mesma, inclusive, com a participação do PT, através do cargo de 2º Vice-Presidente. O Vereador Nereu D’Ávila, em nome das Bancadas do PDT, PTB, PMDB, PC do B e PP, questionou o posicionamento do PT no referente a presente eleição, lembrando acordo anteriormente firmado entre o PT e o então PDS, visando a eleição do Vereador Antonio Hohlfeldt para a direção da Casa. Discorreu sobre o relacionamento hoje observado entre o Executivo e o Legislativo Municipal, destacando esperar que tal relacionamento não seja prejudicado pelas posições hoje aqui assumidas pelo PT. Após, o Senhor Presidente respondeu Questão de Ordem do Vereador João Motta, sobre a existência de algum pedido formal para que o Vereador Clóvis Ilgenfritz renuncie ao cargo de 2º Vice-Presidente deste Legislativo, tendo informado não existir qualquer documentação nesse sentido. Na ocasião, os Vereadores Nereu D’Ávila, Jocelin Azambuja, Fernando Zachia, Luiz Negrinho e Maria do Rosário registraram que suas Bancadas consideravam positiva a permanência do Vereador Clóvis Ilgenfritz no cargo de 2º Vice-Presidente da Casa. Em continuidade, o Senhor Presidente informou que, nos termos dos artigos 53 e 54 da Lei Orgânica Municipal, a eleição para os cargos vagos na Mesa Diretora seria nominal, exigindo maioria absoluta para sua aprovação e efetuada cargo a cargo. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foram iniciadas as votações. Foi aprovado o nome do Vereador Luiz Braz para o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por vinte e dois Votos a favor de sua indicação e dez Abstenções, tendo votado favoravelmente os Vereadores Airto Ferronato, Divo do Canto, Eliseu Santos, Eloi Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Wilton Araújo, Letícia Arruda, João Bosco, Jacão Machado, Raul Carrion e Antonio Hohlfeldt, e optado pela Abstenção os Vereadores Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Gomes, Lauro Hagemann, Gerson Almeida, Darci Campani, João Pirulito e Mariza Abreu. Foi aprovado o nome do Vereador Airto Ferronato para o cargo de 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por vinte e dois Votos a favor de sua indicação e dez Abstenções, tendo votado favoravelmente os Vereadores Airto Ferronato, Divo do Canto, Eliseu Santos, Eloi Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Wilton Araújo, Letícia Arruda, João Bosco, Jacão Machado, Antonio Hohlfeldt e Raul Carrion, e optado pela Abstenção os Vereadores Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Gomes, Lauro Hagemann, Gerson Almeida, Darci Campani, João Pirulito e Mariza Abreu. Foi aprovado o nome do Vereador Wilton Araújo para o cargo de 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, por vinte e dois Votos a favor de sua indicação e dez Abstenções, tendo votados favoravelmente os Vereadores Airto Ferronato, Divo do Canto, Eliseu Santos, Eloi Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Isaac Ainhorn, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Wilton Araújo, Letícia Arruda, João Bosco, Jacão Machado, Antonio Hohlfeldt, Luiz Braz e Raul Carrion, e optado pela Abstenção os Vereadores Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, José Gomes, João Verle, Lauro Hagemann, Gerson Almeida, Darci Campani, João Pirulito e Mariza Abreu. Foi aprovado o nome do Vereador Luiz Negrinho para o cargo de 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, por vinte e dois Votos a favor de sua indicação e dez Abstenções, tendo votado favoravelmente os Vereadores Airto Ferronato, Divo do Canto, Eliseu Santos, Eloi Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, João Dib, Isaac Ainhorn, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Wilton Araújo, Letícia Arruda, João Bosco, Antonio Hohlfeldt, Jacão Machado e Raul Carrion, e optado pela Abstenção os Vereadores Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, José Gomes, João Motta, João Verle, Lauro Hagemann, Gerson Almeida, Darci Campani, João Pirulito e Mariza Abreu. Após, foi apregoada Declaração de Voto às eleições hoje realizadas, assinada pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Lauro Hagemann, Mariza Abreu, Gerson Almeida, Henrique Fontana, João Verle, Guilherme Barbosa, João Motta, Darci Campani, João Pirulito e José Gomes. Em prosseguimento, o Vereador Isaac Ainhorn, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, presidindo os trabalhos, declarou empossados e em exercício os Vereadores Luiz Braz, Airto Ferronato, Wilton Araújo e Luiz Negrinho, respectivamente, nos cargos de Presidente, 1º Vice-Presidente, 1º e 2º Secretários da Câmara Municipal de Porto Alegre, convidando o Vereador Luiz Braz a assumir a presidência dos trabalhos. A seguir, o Vereador Luiz Braz solicitou ao Vereador Airto Ferronato para assumir a presidência dos trabalhos, a fim de que pudesse se manifestar. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador Luiz Braz teceu cumprimentos ao Vereador Wilton Araújo, pelo trabalho realizado por Sua Excelência durante o ano de mil novecentos e noventa e três, na direção deste Legislativo. Declarou que procurará embasar no respeito e na colaboração entre os Partidos a sua atuação no cargo que hoje assume, agradecendo, em especial, aos Partidos integrantes do acordo firmado ano passado para a constituição da Mesa Diretora desta Câmara. Falou sobre sua vinda para Porto Alegre, há dezoito anos, dizendo ter sempre trabalhado na busca do melhor para a nossa comunidade e, ainda, discorreu sobre seus objetivos como Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, destacando que dará continuidade à modernização deste Legislativo, iniciada pelo Vereador Wilton Araújo, através da informatização e melhoria das acomodações físicas e de uma atuação mais integrada com todas as camadas de população porto-alegrense. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt cumprimentou o Vereador Luiz Braz, por seus objetivos na presidência da Casa, lembrando que “quando disputamos o poder é fundamental que saibamos para que queremos este poder”. Sugeriu a retomada de prática antigamente adotada pela Mesa, de divulgação dos balanços e balancetes deste Legislativo, visando garantir uma absoluta transparência administrativa. Finalizando, analisou a forma como são feitos os acordos para a constituição da Mesa Diretora da Casa. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Deputado Sérgio Zambiasi, que disse representar a posse dos Vereadores Luiz Braz, Airto Ferronato,Wilton Araújo e Luiz Negrinho na Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre uma manifestação clara do que a democracia é capaz de fazer, através do respeito da vontade da maioria. Desejou sucesso à nova direção da Casa, salientando que o desempenho responsável e positivo dos mandatos é fundamental para o resgate do respeito público pela política brasileira. Em continuidade, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos da Terceira Sessão Legislativa Extraordinária, às dezessete horas e trinta e um minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião de Instalação da Segunda Comissão Representativa, a ocorrer na próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Luiz Braz e Airto Ferronato, nos termos regimentais, e secretariados pelos Vereadores Wilton Araújo, Airto Ferronato e Maria do Rosário, os dois últimos como Secretários “ad doc”. Do que eu, Wilton Araújo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e parovada, será assinada por todos os Senhores Vereadores presentes.

 

 

 


(A Ata digitada nos Anais é cópia fiel do documento original.)

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Damos por aberta a 1ª Sessão Extraordinária, desta Casa, com vistas à eleição de cargos da Mesa Diretora da Câmara Municipal da Cidade de Porto Alegre, prevista no Edital de Convocação, publicado no Diário Oficial do Estado de 30 de dezembro de 1993.

Tenho em vista a presença da quase totalidade dos Vereadores, de 32 Vereadores presentes, informamos a este Plenário que, a seguir, faremos a realização das eleições para os cargos vagos na Mesa, conforme vacância declarada na Sessão anterior, para o que suspenderemos por dois minutos os trabalhos da presente Sessão para a apresentação de inscrições para os cargos.

 

(Os trabalhos foram suspensos das 15h52min às 16h.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn - às 16h): Convidamos os Srs. Vereadores que tomem lugar nas suas tribunas.

Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária. Convidamos a Ver.ª Maria do Rosário para que secretarie os trabalhos desta Sessão Extraordinária como secretária “ad hoc”.

 

A SRA. SECRETÁRIA: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores para verificação de “quorum”.) Sr. Presidente, 32 Srs. Vereadores responderam à chamada.

 

O SR. PRESIDENTE: Presentes 32 Vereadores, há “quorum”. Registramos o recebimento dos registros dos Senhores Vereadores para concorrer a cargo na Mesa Diretora desta Casa. Passaremos a dar conhecimento aos Srs. Vereadores dos seguintes requerimentos. (Lê.)

 “Sr. Presidente, venho por meio deste, requerer a V. Ex.ª a inscrição de candidato ao cargo de Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, indicando o nome do Ver. Luiz Braz. Nestes termos, pede deferimento. Porto Alegre, 3 de dezembro de 1993. (a)  Ver. Jocelin Azambuja, Líder do Partido Trabalhista Brasileiro.”

Recebemos, por igual, o Requerimento firmado pela Bancada do PMDB com o seguinte teor. (Lê.)

 “A Bancada do PMDB, por sua Liderança, apresenta a candidatura do Ver. Airto Ferronato ao cargo de 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Porto Alegre, 03 de janeiro de 1994. (a) Ver. Fernando Zachia - Líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro.”

Da mesma forma, recebemos Requerimento firmado pelo Líder da Bancada do PDT que diz o seguinte. (Lê.)

“Sr. Presidente, a Bancada do PDT, por sua liderança, apresenta a candidatura do Ver. Wilton Araújo ao cargo de 1º Secretário. Porto Alegre, 03 de janeiro de 1994. (a) Ver. Nereu D’Ávila, Líder do Partido Democrático Trabalhista.”

Recebemos, também, o Requerimento firmado pelo Ver. Luiz Negrinho, Líder do Partido Progressista, com o seguinte teor. (Lê.)

“Sr. Presidente, vimos por meio deste requerer a V. Ex.ª inscrição de candidato para ocupação do cargo vago com a seguinte composição: 2º Secretário Ver. Luiz Negrinho, Líder do Partido Progressista. Nestes termos, espera deferimento. Porto Alegre, 03 de janeiro de 1994. (a) Ver. Luiz Negrinho, Líder do Partido Progressista.”

Portanto, nós registramos a inscrição para os cargos de Presidente o Ver. Luiz Braz, de 1º Vice-Presidente o Ver. Airto Ferronato, de 1º Secretário o Ver. Wilton Araújo e de 2º Secretário o Ver. Luiz Negrinho.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, antes de V.Ex.ª iniciar o processo de votação, a nossa Bancada gostaria de indagar sobre o critério que V.Ex.ª adotará em relação ao direito universal, que em todos os legislativos temos, de as Bancadas poderem manifestar-se em momentos tão importantes e até excepcionais, como esse que estamos vivendo neste momento. O processo se dará mediante o direito a um encaminhamento ou tempo de Liderança das Bancadas?

 

O SR. PRESIDENTE: Esta Mesa esclarece a V.Ex.ª que nem a Lei Orgânica, nem o Regimento Interno contemplam o encaminhamento por parte das Lideranças na ocasião de eleição de chapas, ou para cargos da Mesa Diretora dos trabalhos.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V.Ex.ª deve estar lembrado que, durante a primeira votação, me levantei cada uma das vezes, dizendo que não havia sido consultado. Agora, estamos diante de um fato real. A maioria desta Casa, que não me consultou - e eu me conformo com isso, porque a Casa é maior do que eu - resolveu que a Mesa terá uma sucessão de eleições. Nós não podemos deixar de cumprir a palavra da maioria desta Casa. Desta Casa não pode sair uma dúvida! Nós temos que nos subordinar, como vou me subordinar e como me subordinei no primeiro dia. Aquilo que foi resolvido pela maioria dos meus colegas deve ser observado e cumprido sem nenhum atrito, para o bem desta Casa, para a grandiosidade desta Câmara Municipal de Porto Alegre. Eu votarei no que decidirem os meus colegas, com os quais eu não concordei e, publicamente, contra os quais me levantei e fui vaiado. Agora, está acima de mim e de qualquer um de nós o que a maioria da Casa decidir.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não sei se é exatamente uma Questão de Ordem, no entanto diria que fomos votados para chegar a esta Casa. Ainda que o Regimento Interno não classifique exatamente o ato dizendo se pode ou não falar, porque não dizendo que não pode eu acho que pode, não seria no momento da eleição da Mesa que o processo não pudesse ser encaminhado. Podemos fazer isso tranqüilamente. No passado sempre foi encaminhado.

 

O SR. PRESIDENTE: Tendo em vista que a Mesa tem neste momento um caráter transitório, gostaria de ouvir as Lideranças sobre o assunto. O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, em respeito inclusive às pessoas e até Deputados que nos honram, nesta tarde, com suas presenças - esta Casa também é uma Casa do povo - não gostaria de em nome desta presença que, repito, muito nos envaidece, este ato se transformasse numa solenidade postergatória e que inclusive aborrecesse essas presenças. Mas também, Sr. Presidente, não posso em nome da democracia ampla que estamos vivendo obstaculizar qualquer Vereador que usasse da tribuna mesmo que por tempo bastante reduzido.

De modo que deixe bem claro que não façamos deste ato tribuna para manifestações de inconformismo ou outra coisa sequer, mas evidentemente não podemos também evitar ou obstaculizar o uso da tribuna pelos representantes do povo de Porto Alegre. Esta é a minha manifestação. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a manifestação de V.Ex.ª. O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, em resposta à consulta de V.Ex.ª o Partido Trabalhista Brasileiro não tem nada a opor a que os colegas de outras Bancadas que queiram se manifestar, dentro dos limites do tempo de Liderança, façam isso. Claro que temos que ter consciência de que estamos num processo amplo, democrático e importante para o Legislativo Municipal. Entendemos que todos os colegas aqui presentes estarão se posicionando de forma positiva em relação a esta Casa e a todos os nossos convidados que aqui estão.

O Partido Trabalhista Brasileiro, dentro de seu entendimento de democracia, não vê nenhuma objeção a que haja a manifestação de todas as Bancadas, até porque temos uma convivência extremamente positiva dentro desta Casa e tivemos uma relação extremamente positiva em 1993, não seria agora, no primeiro ato de 1994 que nós cercearíamos o direito dos colegas se manifestarem.

 

O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, eu concordo com o Ver. Nereu D’Ávila, Líder do PDT, eu até gostaria de ver se seria possível fazer um Requerimento para que estas manifestações se fizessem após a eleição da Mesa, não sei se é possível, conforme aqui falou o Ver. Nereu D’Ávila de que existem Deputados, Presidentes de Partidos que estão aqui desde as 14 horas, então nós não podemos nos postergar a este ato que acredito estar sacramentado e não tem por que nós nos prolongarmos mais. Era essa a minha posição.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, menos pela Liderança e sim como simples Vereador, nós vamos praticar uma votação e o Regimento Interno é muito claro: permite o encaminhamento. Obrigado.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Pelo encaminhamento.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Pelo encaminhamento.

 

O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente, pelo encaminhamento e que cada Bancada possa se manifestar a respeito do que vai-se promover nesta Casa.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Pelo encaminhamento.

 

O SR. PRESIDENTE: As manifestações inquestionavelmente são no sentido do encaminhamento, apenas o Ver. Luiz Negrinho fez uma menção que fosse após a eleição da Mesa, mas, tendo ouvido o conjunto das Bancadas que compõe esta Casa, a Mesa então decide, embora não haja uma definição expressa no Regimento Interno, é inquestionável que se trata de uma votação e que ela deve ter, necessariamente, um encaminhamento de votação. Apenas nós definiríamos, que como são várias votações, mas todas envolvem a Mesa Diretora dos Trabalhos, haveria um único encaminhamento por bancada pelo tempo de 5 minutos.

Tendo em vista já haver o pedido de inscrição para a eleição dos cargos de Presidente, 1º Vice-Presidente, 1º Secretário, 2º Secretário da Mesa Diretora dos trabalhos da Câmara Municipal de Porto Alegre. E tendo recebido a composição da Mesa: Presidente: Luiz Braz, 1º Vice-Presidente Airto Ferronato, 1º Secretário Wilton Araújo, 2º Secretário: Ver. Luiz Negrinho. E tendo recebido e deferido o seu registro, nós passamos ao processo de votação.

Antes de promovermos a eleição cargo a cargo por chamada nominal, nós precederemos, então a abertura do prazo para os Srs. Vereadores promoverem o encaminhamento. Pela ordem de inscrição com a palavra o Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a situação que esta Casa vive esta tarde não é nova. Há duas sucessões presidenciais eu assomei a esta tribuna para verberar a atitude do PT que havia deixado de fora da Mesa a maior bancada desta Casa a do PDT. Hoje inverte-se a situação: aliás, ontem se inverteu. Então eu pergunto onde está a coerência? Eu tenho por norma observar a coerência na medida em que isso me for possível. Eu sei que é muito difícil perseguir a coerência.

Eu respeito os acordos que foram feitos, esta Casa é pluripartidária e tem todo o direito de agir assim, mas, é um pouco difícil, na hora em que estamos passando, de explicar para a população da Cidade, o quê se passa, aqui, dentro desta Casa. Quero dizer com toda a tranqüilidade que não detenho nenhum cargo nesta Casa, nem de faxineiro e não postulei e não vou levar nenhum cargo nessa divisão que se processou. Por isso me sinto muito à vontade e quero dizer que respeito o meu companheiro Luiz Braz, estamos juntos nessa empreitada há onze anos. Respeito todos os companheiros desta Casa. Não vai nisso nenhuma inquinação pessoal, nenhuma desconfiança pessoal, apenas me insurjo contra o método que foi utilizado e que não poderá mais continuar a ser assim. Por isso, peço desculpas, não é do meu costume, mas vou me abster de indicar a nova Direção desta Casa.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Verle pelo PT.

 

O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, a Bancada do Partido dos Trabalhadores vai abster-se da votação para os quatro cargos, que será feita na tarde de hoje. Não há nisso nenhuma restrição a nenhum dos Srs. Vereadores que são candidatos, todos têm legitimidade para postular os cargos da Mesa, como de resto teria qualquer outro Vereador. Independente do que aconteceu no passado, entendemos que o País vive hoje um momento muito importante e muito rico na sua história que é o momento onde a população está cada vez mais interessada, acompanhando e participando dos fatos que dizem respeito aos nossos governantes, ao Poder Público. Então nós temos a responsabilidade de ter a maior transparência, democratização desses vários espaços de poder, no setor público.

Nós temos muito claro que o Governo da Cidade contempla dois Poderes: o Executivo e o Legislativo, independentes e harmônicos, e temos dado o exemplo de civismo, de responsabilidade, tanto a Câmara como o Executivo, e, portanto, nesse particular também o nosso gesto hoje não tem outra conotação senão a que estamos dando. Nesse sentido, na constituição da Mesa, que parte hoje renuncia, foi deixada de fora a maior Bancada, uma parcela grande da representação democrática desta Cidade foi excluída, e nós entendemos que é importante seguir este novo rumo que está sendo dado no País todo, e garantir uma participação tanto quanto proporcional, e, por isso, pluripartidária na Mesa, nas Comissões Permanentes da Casa, e nos órgãos diretivos. Não apenas na ocupação de alguns cargos de direção, mas na responsabilidade de administração desta Casa.

É por isso que nós estamos apresentando, entre outras, duas Emendas ao Regimento Interno, que está em discussão onde, a exemplo do que acontece em nível federal, na Assembléia Legislativa do Estado, pretendemos assegurar no Regimento a participação pluripartidária e proporcional das Bancadas, ou blocos partidários na Mesa Diretora, nas Comissões Permanentes, de modo a que todos os segmentos representados nesta Casa tenham a responsabilidade de administrá-la, e tenham, portanto, o direito de fazer parte destes espaços e responder, perante a Cidade, pelos atos que forem praticados. Nesse sentido então é que nós registramos a nossa inconformidade. Não participamos, portanto, do acordo, não temos com ele nenhum compromisso e achamos que é válido questionar e o fazemos no momento que nos parece oportuno. Se não tínhamos anteriormente a clareza necessária para questionar, podemos assegurar que temos agora e o fazemos de modo a que esta Casa passe a incorporar os próximos movimentos estas preocupações que eu tenho certeza não são apenas da nossa Bancada, mas, nas conversações que tivemos, percebemos que também outras Bancadas ou, pelo menos, alguns Vereadores de outras Bancadas também vêem desta forma. Certamente, no mês de fevereiro, nós teremos produzido estas modificações no Regimento e já, para as próximas eleições, estaremos incorporando esses aperfeiçoamentos que só vêm beneficiar esta Casa e a democracia que todos nós participamos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. João Dib, pelo PPR.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a minha Bancada não faz parte do acordo, sequer foi consultada na realização do acordo. Mas, há muita gente neste Plenário, há muitos visitantes, aqui, e eu sou o Vereador mais antigo desta Casa e gosto muito desta Casa! Estou realmente encantado que, no ano passado, nenhuma reunião deixou de ser realizada na primeira chamada, nunca faltou o “quorum”. Agora, os dois pronunciamentos que me antecederam me deixam preocupados, porque algumas pessoas, aqui, não sabem exatamente o que está ocorrendo. Nós temos, na Mesa, seis cargos, cinco Partidos estão representando, inclusive o PT com a 2ª Vice-Presidência. Então, não há demérito para esta Casa, há uma Mesa pluripartidária, há um respeito aos Partidos, sim! O meu Partido não está representado, mas nós temos dez Partidos e seis cargos. Então, fica muito difícil colocar dez e seis. E eu não gosto deste tipo de insinuações que fazem aqui pretendendo diminuir o valor desta Casa. Esta Casa tem muito valor, cada ano que passa se aprimora. E não há de ser por cargos na Mesa que nós vamos deixar que ela seja diminuída. Não há de ser por isto! E com a tranqüilidade de quem não quer nenhum cargo, de quem não foi consultado, de quem não foi ouvido, estamos dizendo que a coisa está-se processando de forma correta, normal, pluripartidária, porque há cinco partidos na Mesa, inclusive o PT, com a 2ª Vice-Presidência. Se não concorda, deveria ter renunciado, e não renunciou! Portanto, acho que assim é que devemos proceder. Acho que os encaminhamentos foram feitos. E era importante que se fizesse para que não pairassem dúvidas. A imprensa, amanhã, há de dizer exatamente o que ocorreu. Mas as pessoas que aqui estão tinham que ouvir a realidade. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOCELIN AZANBUJA: Sr. Presidente, queremos indicar, em nome dos partidos que compõem o acordo, o PDT, o PTB, o PMDB, o PC do B, e também pelo PP, por indicação do Ver. Luiz Negrinho. Indicamos, então, o Ver. Nereu D’Ávila para que nos represente, como membros do acordo, citado, que se manifeste em nosso nome.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Nereu D’Ávila.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhoras e senhores. Desvanecido pela indicação dos nobres partidos que compõem este acordo, assomo à tribuna apenas para não deixar sem contestação alguns pontos obscuros.

Quando o Governador Brizola autorizou um acordo, no passado, do nosso Partido com o PDS, até alguns companheiros do nosso Partido se insurgiram e debateram muito profundamente aquela decisão. E nós, massacrados pela contundência do discurso do PT, de que a pureza ideológica que eles vendem ou pelo menos pretendem vender, nós acreditávamos que a sua pureza não seria jamais esmaecida em qualquer outro tipo de mistura, entre aspas. Pois fomos surpreendidos, primeiro com o acordo, aqui nesta Casa, do PT com o PDS, ou seja, quebrando a sua pureza ideológica tão apregoada até hoje, como o único partido não-convencional, como faz parte do seu discurso. Mais do que surpresa com o acordo, foi a surpresa do Rio Grande do Sul com o não-cumprimento e desonra do acordo. Eu respeito qualquer posição, mas não venham, em determinado momento, pregar moral quem exatamente já praticou, no passado, atos não-convincentes, como quebra de um acordo assinado, inclusive por lideranças partidárias.

Como bem gizou o Vereador João Dib, se o problema é representatividade e proporcionalidade - dita pelo Líder do PT - na Mesa existe um representante do PT, por sinal, o brilhante Vereador Clóvis Ilgenfritz, que não quis renunciar, e aceitamos, mas foi falado, aqui, por um Líder do PPS, que existe incoerência e esta, neste momento, e em qualquer parlamento, é cumprir aquilo que foi acordado. Agora, se por motivos quaisquer, alguns partidos não participaram do acordo, nós também, no passado, exatamente quando foi feito este acordo PT/PDS, o PDT ficou de fora e nem por isso este partido deixou de ter quatorze Vereadores em determinado momento, aqui nesta Casa, não se sentindo desprestigiado em nenhum momento. Continuou representando dignamente o povo de Porto Alegre.

Eu, evidentemente, fico surpreso com essas posições, porque, para o nível de ralações entre Executivo e Legislativo, cujo ambiente com o Prefeito Olívio Dutra foi num nível muito alto e político e que foi mantido no ano passado pelo Prefeito Tarso Genro, que esse nível de relações não venha a ser prejudicado pelo próprio Partido do Governo que tem insistido com notas e notas nos jornais, inclusive em uma delas dizendo que não ia votar no Ver. Luiz Braz. Eu acho que a abstenção seria uma posição. Falou-se até numa nota dando o perfil daquele que seria o seu ungido. Ora, cada um de nós tem o seu perfil ideal para tal ou qual cargo. Eu creio que é uma insistência do atual Partido do Governo, que, inclusive, não tem maioria nesta Casa para aprovar nada, se as restantes Bancadas não aquiescerem com projetos, não passará nada aqui nesta Casa.

Evidentemente, nenhuma das dez Bancadas, ou das nove, ou as oito restantes, nenhuma delas nunca votou aqui tendo em vista apenas políticas partidárias ou posições partidárias apenas. Não. Nós votamos em muitas matérias importantes, como de resto esta Câmara tem sido padrão no comportamento político para o resto do Brasil sempre em prol dos interesses da Cidade, dos interesses coletivos. Se fossem eminentemente questões partidárias, nós já teríamos derrotado aqui muitos projetos que confrontavam até com determinadas posturas do estatuto de muitos partidos de oposição.

De modo que coerência, neste momento, é uma palavra que deve ficar assentada, porque não é barrete para que Partidos que compõem o acordo coloquem esse barrete, até por que nós fizemos o acordo e em nome da dignidade desse acordo, cujo mandato é de dois anos, o Ver. Wilton Araújo, por escrito, acaba de renunciar. E para ressaltar o que alguns órgãos de imprensa publicaram, a gestão do Ver. Wilton Araújo foi de tal modo boa e convincente que alguns setores desta Casa até pretendiam que ele continuasse o seu trabalho. Mas, em nome da dignidade política, nós jamais engolimos assinatura, nós, neste momento, vamos sufragar o nome do Ver. Luiz Braz para que a coerência paire acima de tudo, honrando as tradições do Rio Grande do Sul e desta Casa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais manifestação de nenhuma outra liderança e tendo havido encaminhamento de todas as Bancadas, que solicitaram esta prerrogativa, passamos ao processo de votação propriamente dito, atendendo aos critérios previstos nos arts. 53 e 54 da Lei Orgânica da Cidade de Porto Alegre e do Regimento Interno.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para que não paire nenhuma dúvida no Plenário, depois da intervenção, que considerei equivocada, do Ver. João Dib, faço a seguinte Questão de Ordem: considerando que o Ver. Clóvis Ilgenfritz é de uma bancada que não faz parte do presente acordo, há algum pedido formal à Mesa das bancadas signatárias deste acordo, para que o Ver. Clóvis Ilgenfritz entregue o seu cargo neste momento?

 

O SR. PRESIDENTE: Informo a V.Ex.ª que houve tão-somente os registros de candidaturas para cargos de Mesa declarados vagos em Sessão anterior. Entende respondida a Questão de Ordem de V.Ex.ª.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: De qualquer modo, Sr. Presidente, para que os Anais registrem para todo sempre, de nossa parte, pelo menos do PDT, não pretendemos, até não gostaríamos da renúncia do Ver. Clóvis Ilgenfritz, pela sua postura, com a qual vem-se conduzindo na Mesa.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Nobre Ver. Isaac Ainhorn, até para que o Ver. João Motta fique tranqüilo e, também, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, em nenhum momento pensou em não ter, na Mesa, o Ver. Clóvis Ilgenfritz e a representação do Partido dos Trabalhadores, que muito tem honrado o trabalho da Mesa Diretora desta Casa em 1993. Assim o fez, e temos certeza que o fará em 1994. Jamais partiria de nós tal manifestação.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu não cometi equívoco nenhum, eu disse que um Vereador do PT - só não citei o nome - era o 2º Vice-Presidente. Então, o Ver. Clóvis Ilgenfritz é o 2º Vice-Presidente, não renunciou. Entendi que o PT não tinha condições de dizer que não era Mesa pluripartidária.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Caracterizando o bom trabalho que a Mesa desta Casa teve no ano de 1993, quando era, e ainda o é, pluripartidária, o PMDB também entende que em 1994, com a permanência do nobre Ver. Clóvis Ilgenfritz, vai estar sendo caracterizada uma Mesa Diretora com diversos partidos desta Casa, não com todos, como disse o nobre Ver. João Dib. Mas o PMDB vê com muito bons olhos a permanência do Ver. Clóvis Ilgenfritz.

 

O SR. LUIZ NEGRINHO: Quero reforçar as palavras do Ver. Fernando Záchia, e dizer que não partiu de nós, PP, nenhum pedido de saída do Ver. Clóvis Ilgenfritz da Mesa Diretora.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: O PC do B considera que a presença do Ver. Clóvis Ilgenfritz na Mesa Diretora da Câmara Municipal qualifica o trabalho dessa Casa, e mantém o espírito plural, com o qual esse acordo, essa determinação foi definida por todos nós.

 

O SR. PRESIDENTE: Feitos todos os esclarecimentos que a natureza democrática, presente nos debates e discussões desta Casa, com todos os encaminhamentos solicitados, passamos ao processo de votação, observando os seguintes critérios presentes na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e no Regimento Interno esclarecendo que a deliberação é pública e a votação é nominal; a eleição dos membros para cada cargo é por maioria absoluta de votos para aprovação; a votação é cargo a cargo.

Em razão destes esclarecimentos e as inscrições e os registros para cada um dos cargos, passaremos a fazer a votação nominal.

Para Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Luiz Braz.

 

A SRA. SECRETÁRIA: (Após proceder à chamada nominal.) Sr. Presidente, 22 Srs. Vereadores votaram SIM e 10 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a votação procedida: APROVADO o nome do Ver. Luiz Braz para Presidente, por 22 votos SIM e 10 ABSTENÇÕES.

Nós recebemos uma Declaração de Voto formulada pelos Vereadores do PT e também do PPS cuja leitura será feita ao final.

Passaremos à eleição do cargo de 1º Vice-Presidente, cujo único candidato inscrito é o Ver. Airto Ferronato.

Solicito à Sr.ª Secretária “ad hoc” que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

A SRA. SECRETÁRIA: (Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores para votação.) Sr. Presidente, 22 Srs. Vereadores votaram SIM e 10 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: Foi APROVADO o nome do Ver. Airto Ferronato para a Vice-Presidência.

Passamos à eleição do cargo de 1º Secretário, cujo candidato é o Ver. Wilton Araújo. Solicitamos que a Sr.ª Secretária que promova a chamada nominal de votação.

 

A SRA. SECRETÁRIA: (Após proceder à chamada nominal.) Sr. Presidente, 22 Srs. Vereadores votaram SIM e 10 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: Informamos ao Plenário que foi APROVADO o nome do Ver. Wilton Araújo para o cargo de 1º Secretário da Mesa.

Procederemos agora à votação para a 2ª Secretaria.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada nominal.) Sr. Presidente, 22 Srs. Vereadores votaram SIM e 10 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o nome do Ver. Luiz Negrinho para o cargo de 2º Secretário da Mesa.

Solicito que o Senhor Secretário “ad hoc” proceda à leitura das Declarações de Voto.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Lê.)

 

“DECLARAÇÃO DE VOTO

 

A MESA DA CÂMARA: UMA REFORMA NECESSÁRIA

 

O passado recente do país tem revelado magníficas demonstrações de cidadania. Os novos tempos indicam que não podemos mais recuar nas urgentes transformações tão esperadas pela sociedade. Sobretudo daqueles que exercem funções públicas a população está exigindo posturas e procedimentos que coloquem um fim nas formas tradicionais de fazer política.

Os últimos grandes movimentos da sociedade civil, o ‘impeacheament’ do ex-Presidente Collor de Mello e o escândalo do orçamento, são sinais cristalinos de que a maioria da população está atenta e vigilante à ação de seus representantes e governantes. Todas as instituições devem estar abertas à fiscalização e controle da sociedade. Esta é a única maneira de evitar que haja uma apropriação do que é público, portanto do interesse da maioria da população, por grupos e interesses privados. Igualmente na política, devemos nos orientar por uma concepção que afaste da atividade pública aqueles mecanismos que corrompem as instituições, os representantes, os cidadãos que alimentam o paternalismo e o clientelismo político.

Vivemos num tempo onde não basta apenas declarar boas intenções, a população aguarda demonstrações concretas, atos que indiquem a vontade de transformar as realidades. É isso que a população de Porto Alegre espera de seus legisladores.

Os vereadores que subscrevem esta carta no momento em que encerram o período legislativo, conscientes das responsabilidades com o povo de Porto Alegre, vêm publicamente manifestar-se pela mudança na forma de representação e de administração da Câmara de Vereadores, incluindo no Regimento Interno critérios de proporcionalidade e participação pluripartidária na gestão do Legislativo Municipal. Com esta manifestação querem demonstrar concretamente sua vontade de contribuir com a ampliação da democracia no país.

                                                    Porto Alegre, 27 de dezembro de 1993.

 

(aa) Darci Campani, Guilherme Barbosa, Gerson Almeida, João Motta, Henrique Fontana, João Verle, José Gomes, João Pirulito e Mariza Abreu, pela Bancada do PT; Antonio Hohlfeldt, pela Bancada do PSDB e Lauro Hagemann, pela Bancada do PPS.”

 

O SR. PRESIDENTE: Feita a leitura da Declaração de Voto, tendo em vista os resultados aqui informados e a coleta nominal dos votos dos Srs. Vereadores, cargo a cargo, nós declaramos empossados como Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, para o ano de 1994, o Ver. Luiz Braz. (Palmas.)

Declaramos igualmente empossado para o cargo de 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, para o ano de 1994, o Ver. Airto Ferronato. (Palmas.)

Para o cargo de 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre está empossado o Ver. Wilton Araújo. (Palmas.)

Para 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, o Ver. Luiz Negrinho. (Palmas.)

Tendo em vista a eleição para os cargos vagos, em decorrência das renúncias e a proclamação dos resultados, neste momento, na condição de Presidente da Comissão de Justiça da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, passo a presidência dos trabalhos ao Vereador eleito, Luiz Braz. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em primeiro lugar, quero agradecer a todos os Vereadores, indistintamente. Aos Vereadores que votaram na chapa apresentada pelos Partidos do acordo e aos Vereadores que se abstiveram, porque, afinal de contas, vivemos um processo democrático e não há nada melhor do que demostrar ao público presente que aqui divergimos todos os dias, vivemos uma contenda de idéias. Fico feliz por poder estar, hoje, presidindo a Câmara Municipal de Porto Alegre.

Solicito ao Ver. Airto Ferronato que presida os trabalhos, pois eu gostaria de falar alguma coisa para o público presente e para os Srs. Vereadores, da tribuna da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Com a palavra, o Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente em exercício, quero cumprimentar, em primeiro lugar, o Presidente do período de 1993, Ver. Wilton Araújo, pelo trabalho magnífico que realizou à frente desta Casa. Toda a Cidade de Porto Alegre orgulha-se deste Parlamento e em muito devemos a este trabalho realizado em 1993, sob a Presidência do Wilton, que - é claro - não estava sozinho. Havia uma Mesa composta por elementos de muita qualidade que conseguiu fazer um trabalho maravilhoso. Cumprimento a V.Ex.ª, Ver. Wilton Araújo.

Quero cumprimentar aqui os partidos que muito embora não assinaram o acordo, mas que hoje estiveram presentes e resolveram votar naqueles candidatos apontados pela maioria da Casa. Quero cumprimentar o PSDB, o PPR e ao mesmo tempo cumprimentar os meus amigos do PT e do PDS. São meus amigos, tenho um relacionamento aqui de onze anos com muitos dos Vereadores desta Casa, com outros um relacionamento de apenas um ano, começaram no ano passado. Quero dizer que vou administrar esta Casa, neste ano de 1994, com todo o respeito e querendo contar com todos os Senhores. Eu não quero abrir mão da participação de nenhum segmento desta Casa, porque quero administrar a Câmara de Porto Alegre juntamente com todos os Senhores. Finalmente, aos meus amigos e companheiros que assinaram o acordo no início do ano de 1993. Tentaram de todas as formas, por meios externos, explodir o acordo, explodir com a honra e com a dignidade desta Casa. Não conseguiram. Os Vereadores que assinaram o acordo há um ano demostraram que uma assinatura, uma palavra se honra até o final. Aliás, o acordo não termina aqui. Esse acordo que assinamos, há um ano, tem seqüência. Ele foi feito para os quatro anos, o que não significa, de forma alguma, que qualquer segmento da Casa esteja alijado. Todos estão contemplados, e podem ser contemplados, na administração da Casa e todos têm que estar vigilantes para que esta Casa possa ser administrada o melhor possível.

Os meus cumprimentos, também, ao Presidente do meu partido. Eu tenho que fazer este registro porque afinal de contas atualmente o PTB é um orgulho de todo o Rio Grande do Sul e muito desse crescimento, do Partido Trabalhista Brasileiro, se deve a este magnífico Sérgio Zambiazi que preside o partido e faz com que esse partido cresça de forma a orgulhar todos nós gaúchos.

Quero cumprimentar a meu amigo Barbosa, o Barbosinha, que é Prefeito atualmente em Sapucaia e que, com sua dignidade, sua honra e sua decência, faz com que todos nós, que pertencemos ao Partido Trabalhista Brasileiro - e desculpem-me as outras Bancadas por estar dirigindo palavras ao meu Partido - fiquemos honrados com sua administração. Não só nós, mas todas aquelas pessoas que pedem que a administração pública brasileira possa voltar-se para a honra, para a dignidade, para a transparência total.

Registro aqui algo muito importante: não posso deixar de citar meu amigo Valdir Fraga. Quantos anos trabalhamos juntos, aqui, nesta Casa. Duas vezes foi Presidente da Câmara e eu até digo: Valdir, vou precisar muito de ti agora que assumo a Presidência da Câmara Municipal. Precisarei muito da tua experiência, assim como também buscarei em outros Vereadores a experiência que eles tiveram: o Ver. Antonio Hohlfeldt que já foi Presidente desta Casa, o Ver. Wilton Araújo, Presidente da gestão de 1993 e todos aqueles que, na verdade, queiram contribuir para que possamos engrandecer a Câmara Municipal de Porto Alegre.

Há trinta anos atrás, 1964, quem presidia a Câmara Municipal de Porto Alegre era o Partido Trabalhista Brasileiro. Era Presidente desta Casa o Ver. Aloísio Filho, que tem o seu nome imortalizado na história desta Cidade. E era Prefeito da Cidade de Porto Alegre um outro prócer petebista, que muito honra e orgulha por estar hoje no Partido, fazendo com que o trabalhismo possa se tornar cada vez maior, o nosso querido amigo, Sereno Chaise, que hoje preside o PDT.

Essas palavras iniciais servem para introduzir alguma coisa que resolvi escrever anteriormente. Eu tinha certeza absoluta que este momento iria chegar, que meus amigos estariam presentes. Aqui estão os Clubes de Mães, os meus amigos de clubes, meus amigos religiosos. Aqui estão todos os segmentos que sempre me incentivaram a trilhar o meu caminho com dignidade dentro da política. Para não sobrar nenhuma dúvida digo que quando me elegi pela primeira vez, em 1982, era radialista. De lá para cá, já tenho três eleições. O meu patrimônio, em 1982, era um apartamento e um automóvel. Passaram-se três eleições, e o meu patrimônio, em 1994, é uma casa e um automóvel. Eu fui obrigado a passar de apartamento para casa, porque a minha família é muito grande, tenho seis filhos. Então, meu patrimônio é este que declaro publicamente, e as minhas contas, principalmente a partir deste instante, estão completamente abertas para qualquer cidadão de Porto Alegre vascular. (Palmas.)

Acredito que com decência e honra temos que marcar o mandato de Vereador. É necessário persistir nesta decência e honra, agora que assumimos a Presidência da Câmara Municipal. Não poderia deixar de citar o Líder da nossa Bancada em 1993, que continua sendo Líder, agora em 1994, o meu querido amigo Jocelin Azambuja, que aprendi a admirar e que demonstrou para todos os Vereadores desta Casa o seu brilhantismo. Peço licença aos Senhores para ler alguma coisa que preparei. (Lê.)

“Quando há 18 anos cheguei a essa cidade, jamais poderia imaginar viver esse momento. Vinha disposto a trabalhar e a vencer, mas sabia dos obstáculos que teria pela frente; e eles, de fato, foram muitos, e persistem em permanecer no meu dia-a-dia, todavia, existe em mim a vontade de lutar e vencer.

O tempo foi passando e fui notando algo diferente nas sensações até então sentidas, a cidade era aquela na qual sempre desejei viver e as pessoas que me rodeavam eram receptivas e se mostravam mais solidárias do que o costume. Veio o sucesso dentro da minha profissão, e foi o rádio que me lançou para o mundo político.

Minha primeira eleição se deu no ano de 1982, no exato momento em que estava terminando o bipartidarismo. O que me animava, na idéia de ser vereador, era a possibilidade de realizar mais pela comunidade; por isso mesmo, fui me afastando do rádio e dedicando-me mais a vida política. Essa decisão de afastar-me do rádio quase representava a morte dos meus projetos, pois meus espaços no mundo da comunicação foram preenchidos, e os do mundo político ainda não estavam consolidados. Mesmo enfraquecido em minha potencialidade, prossegui minha caminhada e consegui mais duas vitórias em eleições, em 1988 e, recentemente, em 1992. Nesse meio tempo trocava de partido, deixando o PMDB e ingressando nos quadros do PTB, para ajudar a formar o recém criado Partido Trabalhista Brasileiro, atendendo convite que me foi formulado pelo deputado-amigo Sérgio Zambiazi.

Se a vinda para o mundo político foi em busca de forças para fazer um pouco mais pelas comunidades, a eleição para a Presidência da Câmara é a representação do acerto da medida, pois essa assunção corresponde a uma revitalização para os objetivos traçados. Aprendi, nestes anos, que não se pode atingir tudo o que se quer na vida, mas devemos perseguir objetivos que julgamos principais, para que, através deles, possamos compensar o que perdemos durante a trajetória. É como um exército em marcha, o ideal seria a conquista do objetivo sem perdas, mas a conquista do objetivo justifica as perdas.

Só não podemos admitir perdas no terreno da dignidade, da moral, das fidelidades aos nossos princípios, da justiça, da honestidade para com nossos amigos, da fé em Deus, e na convicção de que juntos seremos capazes de realizar grandes transformações para o benefício de toda a sociedade.

Não se pode negar que a Mesa eleita para o primeiro período foi cheia de realizações; conseguimos muito em termos de dotar essa Casa do indispensável para que o vereador consiga fazer o trabalho que a cidade espera dele: legislar, fiscalizar as ações do executivo e, ao mesmo tempo, ser co-partícipe na administração de Porto Alegre. Ainda falta bastante, mas estamos chegando lá; um grande passo está sendo dado com o processo de informatização, que já era uma preocupação nossa de quando votamos o orçamento para 1993; é de minha autoria uma emenda colocando no orçamento da Câmara uma rubrica destinada para isso; é verdade que não se ficou preso apenas a esta emenda, mas foi lá que se estabeleceu o marco original no projeto de informatizar.

Pretendo trabalhar em conjunto com toda a Mesa, porque estamos numa Casa onde nada se faz sozinho, temos que buscar parceria, e os membros da Mesa são qualificados para isso.

Continuaremos com a prática de consultarmos as lideranças em todas as questões mais delicadas, e as comissões formadas dentro da Câmara para julgar e estudar assuntos do interesse desse legislativo terão a participação de todos os partidos com assento aqui. Buscarei transparência em tudo, porque ela é indispensável. Essa divisão de responsabilidades jamais significará omissão de nossa parte, pois saberemos agir com determinação quando se fizer necessário.

Para mim a maior prioridade, entre todas, continuará sendo o término das obras do Plenário, pois esse é o ponto mais importante existente na Casa; ali, e em função dali, vivemos boa parte de toda nossa vida, e, por isso, nossos esforços redobrados buscando entregar o Plenário com todas as acomodações projetadas, o som ambiente, a aclimatação, indispensáveis para o seu uso. Vamos contatar com nossos senadores em Brasília para removermos obstáculos, a fim de que tenhamos os recursos necessários.

É minha intenção intensificar o relacionamento da Câmara com o mundo estudantil e com as comunidades em geral, ampliando essa idéia que partiu do Vereador Airto Ferronato, trazendo, além das escolas de 1º e 2º graus, as faculdades, as universidades, outras escolas, e, quem sabe, levando a Câmara até eles, procurando desmistificar a feitura de leis, ensinar a todos os trâmites legislativos, facilitando a aproximação das comunidades, e auxiliando-os no julgamento do produto das nossas ações.

Como jornalista que sou, peço aos meios de comunicação que divulguem nossos trabalhos, que nos critiquem, que abordem todos os aspectos da Câmara, em suas análises, mas que também saibam compreender nossos erros, pois o erro é inerente do ser humano. Não peço para não ser criticado pelos erros, quero apenas que saibam que se cometidos, o foram em momento que procurava acertar, pois só erra quem tenta fazer algo. A crítica, com certeza, servirá para modificar minha atitude tão logo me certifique do engano.

Quero que tenham uma certeza, não os decepcionarei como Presidente desta Casa.”

E eu só peço que estejam junto conosco, marchando para que esta Casa possa ser melhor do que é agora, porque hoje eu tenho certeza de que ela já é melhor do que foi ontem e, amanhã ela deverá ser melhor do que foi ontem e amanhã ela deverá ser melhor do que é hoje. E tudo isso vai depender, é claro, do trabalho de todos nós.

Queremos agradecer a todos os que aqui estão presentes, é tanta gente e eu devo ter esquecido muitas pessoas que eu não agradeci e que estão aqui presentes, meu amigo Domício, por exemplo, do IBOPE, Cidadão Emérito desta Cada que está presente e que veio prestigiar, os meus professores Gester Vasconcelos e Luiz Vasconcelos, que estão presentes e que eu não agradeci. O meu querido pai de santo, o Marçal. Enfim, a todos os amigos que estão presentes, a minha esposa, os meus filhos, a presença dos Vereadores da Diretoria da Associação dos Vereadores, do PTB, das zonais de Porto Alegre e da 1ª Vice-Presidenta do PTB, uma das grandes mulheres deste movimento trabalhista, que iniciou o trabalhismo aqui no Rio Grande do Sul, que ajudou a fortalecê-lo e que, atualmente, com muito orgulho, pertence ao PTB e que exerce as suas funções como Secretária de Educação, no governo de Sapucaia. Minha querida amiga Terezinha Irigaray, o nosso grande abraço. Assim como eu quero que se sintam homenageados todos aqueles que vieram até aqui.

Muito obrigado do fundo do coração, muito obrigado a todos vocês, que são meus amigos, quero que vocês, por favor, me fiscalizem, me orientem e que possam me cobrar serviços, por que, afinal de contas, eu acredito que quem assume uma posição como essa que nós assumimos tem que ser cobrado a todos os instantes. E eu quero ser cobrado a fim de que possamos fazer com que esta Câmara Municipal continue sendo o grande orgulho dos porto-alegrenses. Muito obrigado, gente, de coração.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não tendo usado o tempo de Liderança do PSDB, eu gostaria de fazê-lo agora.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, em Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente da Casa, que hoje toma posse, Ver. Luiz Braz, prezados companheiros da Mesa, Srs. Vereadores desta Casa, senhores convidados, especialmente o hoje Deputado, meu amigo particular, Valdir Fraga, com quem tive a honra de começar a vida política nesta Casa, integrando a Mesa por ele presidida por dois períodos, a convite pessoal dele; Deputado Sérgio Zambiasi, meu amigo particular, outros Vereadores que aqui eu vejo, ex-Vereadores que nos visitam.

Sr. Presidente, guardei-me para falar agora, em primeiro lugar porque tinha curiosidade de ouvi-lo, porque acho que mais do que a disputa política, que é natural numa Casa que é política, disputa da qual eu também já participei com o aval de outros companheiros, da maioria desta Casa. Acho que quando nós disputamos o poder é fundamental que nós saibamos para que queremos este poder. Fiquei satisfeito, Sr. Presidente, de ouvir da V.Ex.ª alguns objetivos postos neste seu discurso, para a sua gestão. Quando nós nos propusemos à Presidência da Casa, há três anos atrás, e buscamos também o apoio das Bancadas, e dentro da disputa o PDT preferiu rejeitar a proposta daquela participação, nós tínhamos deixado muito claros alguns objetivos.

Nós pretendíamos, efetivamente, tornar esta Casa, num momento difícil do Brasil, uma Casa absolutamente transparente, nos anteciparmos a algumas críticas que muito ocorriam, e às vezes até injustamente, em relação ao trabalho que o Ver. Valdir Fraga fazia aqui, e acho que conseguimos.

Eu posso dizer, Ver. Luiz Braz, que eu fico satisfeito de reencontrar na Mesa o Ver. Ferronato, por exemplo, que foi o nosso Vice-Presidente, e que teve uma participação extremamente importante. Espero que realmente V.Ex.ª possa dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo Ver. Wilton Araújo, que acho que deu um bom impulso a todo um conjunto de obras, que estão sendo feitas ao longo de anos, mas, sobretudo, acho que nós temos, como grande desafio nos próximos 365 dias é a absoluta transparência da Casa na sua administração. Acho que, além de todas essas coisas, se V.Ex.ª me permite, que foram postas aqui e que, evidentemente, serão acompanhadas pela opinião pública, seria muito importante, Ver. Luiz Braz, que V.Ex.ª retomasse aquela prática que a nossa Mesa adotou - e eu, aqui, me permito esta sugestão - da divulgação mensal dos Balanços e Balancetes da Casa. Porque, da mesma forma V.Ex.ª ter coragem de chegar aqui e dizer publicamente da sua Declaração de Bens particular, eu acho que é também importante que o público saiba muito bem, com absoluta clareza, quanto ganha, hoje, um Vereador na sua representação, que esta Casa não recebe dinheiro extra por Convocação Extraordinária, que esta Casa não tem carros públicos para os seus Vereadores, que cada um de nós paga a sua conta de telefone, a sua conta de FAX, a sua conta de gasolina e todas essas coisas. Eu acho que isto é importante e que nós saibamos exatamente o pagamento de funcionários, enfim, todas essas coisas que fazem parte do dia-a-dia da Casa e que eu acho que vai facilitar a nossa relação com o público.

Em segundo lugar, e para concluir, ao desejar ao Ver. Luiz Braz e aos demais membros da Mesa a mesma competência, a mesma seriedade dos demais Presidentes que me sucederam e aqueles, evidentemente, que me antecederam, eu queria apenas me permitir uma correção que se faz obrigatória, e que o PT não pode fazê-lo, porque não teria mais outro tempo para utilizar. Eu queria apenas lembrar que, embora discutido, embora polêmico, o acordo do qual eu fiz parte e fui o Presidente, ele foi absolutamente cumprido pelo Partido dos Trabalhadores, não só pelo PT, como pelo PMDB e pelo PDS. Quando chegamos na eleição final do meu substituto e, sobretudo, porque eu também cumpri a minha parte, renunciando no dia que me competia, está aqui o próprio Ver. Luiz Braz, o Ver. Ferronato, dentre outros como testemunhas, houve a renúncia, houve uma nova eleição e o PT deu os seus votos, junto com o PDS, junto com o PMDB, ao Ver. Vicente Dutra, perfazendo 14 votos.

Portanto, não é verdade, repito, não é verdade que o PT descumpriu o seu compromisso do acordo. Houve, sim, uma polêmica; houve, sim, uma disputa pública que é natural, mas mesmo hoje, eu não estando mais no Partido dos Trabalhadores, não poderia sair desta Sessão, que é festiva, calando ante uma mentira. E, portanto, recoloco aqui a verdade, mesmo polemizando, o PT cumpriu o seu voto, o seu nome posto naquele acordo e votou no Ver. Vicente Dutra, que na injunção da disputa o resultado tenha sido diferente, faz parte da disputa e nós respeitamos. Mas, não gostaria que isso ficasse como palavra final, porque não corresponde a verdade e me guardei para este momento, exatamente por respeito ao Ver. Luiz Braz, porque é hoje a sua festa, que não se empanasse este momento, mas, Vereador, eu não podia sair daqui, calando isso que é verdade, que V.Ex.ª inclusive é testemunha, até porque não fez parte, naquela ocasião, do acordo. Mas, fica aqui o registro, desejando a V.Ex.ª, sobretudo os meus votos de excelente gestão.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Muito obrigado, Vereador. O Presidente do nosso Partido, Deputado Sérgio Zambiazi, tem que se retirar agora, mas eu gostaria, quebrando o protocolo, de pedir que o mesmo fizesse o uso da tribuna.

 

O SR. SÉRGIO ZAMBIAZI: Acima do meu agradecimento ao Presidente, agradeço a compreensão do Plenário por esta quebra do protocolo e até quero fazer uma confissão pública: é meu segundo mandato na Assembléia Legislativa e não faço uso comum da tribuna, me reservo a momentos especiais e, quis Deus, que o momento especial da utilização de tribuna o fosse, aqui, na Câmara de Vereadores. Sinto a falta da passagem por esta Casa, esta experiência que se colhe, aqui, na Câmara de Vereadores, confesso que me faz muita falta, ali, na Assembléia Legislativa.

Me emociona muito estar neste momento! No momento em que 30 anos depois o PTB volta à Presidência da Câmara de Vereadores de Porto Alegre e, assistimos, aqui, a uma demonstração clara do que a democracia é capaz de fazer: respeitando a vontade da maioria, selada num acordo. Um acordo que até foi posto em dúvida, em alguns momentos e especialmente nos momentos cruciais para a credibilidade da vida política nacional, estadual e municipal.

Parece-nos que, neste momento, a manutenção e o respeito a acordos faz parte de uma pregação que estamos assistindo, numa onda que toma conta de todo o Brasil. Em que se busca a transparência na vida política; o respeito à ética. E, aqui, nesta tarde, nós mantivemos exatamente o que ali, na periferia, àqueles que trouxeram os Srs. Vereadores, aqui, para esta Casa, querem a seriedade no comportamento da vida política.

Não condenamos, em absoluto, a manifestação da Bancada do Partido dos Trabalhadores reclamando a não-participação na possibilidade da disputa do Cargo. Ocorre que não houve necessidade desta disputa, na medida em que a maioria optou pelo acordo no início desta Legislatura. Porém, aos inconformados restaria a possibilidade de apresentar uma chapa de oposição. O que não foi feito.

Portanto, respeitando as posições, estamos, aqui, Luiz Braz e teus companheiros de mesa, torcendo para o teu sucesso, e para o sucesso dos teus companheiros. O sucesso no desempenho do mandato de cada Vereador, aqui, presente. Porque temos absoluta convicção de que o sucesso de cada Vereador, aqui, na Câmara de Porto Alegre, representa o resgate que a sociedade quer a respeito da vida política que hoje está em jogo. É este o resgate que queremos. E na busca deste resgate, Braz e companheiros, nós torcemos pelo teu sucesso. Muito obrigado pela oportunidade.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar encerramos a presente Sessão Extraordinária.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h31min.)

 

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